O caso Choquei passa pela maior agência digital do Brasil e pela relação estreita com as eleições de 2022.

Fofoca sempre fez muito dinheiro. Desde Ibrahim Sued a coluna social vem mudando de formato, virou revista, depois programa de TV e nos dias de hoje, perfil de Instagram.

Dá pra separar em dois grupos: a fofoca não-nociva das festas na coluna de Ibrahim Sued nos anos 60. Da abobada revista Tititi dos anos 90 e do circo na TV de Nelson Rubens nos anos 2000, “eu aumento mas não invento”. Esse é um grupo.

E o segundo grupo dos fofoqueiros perigosos: Léo Dias, Choquei e os similares no Instagram com 5, 10, 20 milhões de seguidores. Eles são um pequeno canal de TV próprio.

A fofoca sempre teve uma missão: desconstruir ou construir algo de interesse do fofoqueiro.

Hoje a missão é muito maior, reverbera em 100 milhões de pessoas em poucas horas (dá um Google em banca digital da Mynd) e se for usada pra desconstruir uma marca ou uma pessoa os perfis de fofoca se tornaram uma ferramenta perfeita. Um fuzil sem freio pra destruir em velocidade recorde a reputação de alguém.

Criaram um nome pra isso: cancelamento.
não gostamos dessa pessoa?
Cancela!

Dessa marca? cancela!

Que o triste suicídio da Jéssica sirva pra investigarem e apurar ponto a ponto a rede de conexões dos perfis de fofoca pra influenciar a destruição de reputações a internet.

E se você tem interesse em entender como isso funcionou nas eleições de 2022 dá um Google no ótimo documentário do Daniel Penin – Caso Choquei, que esmiúça cada pedaço da relação desses perfis com a política no Brasil.

Desde ontem o site da Mynd8 e as redes dos três sócios estão fora do ar. Deve ser gestão de crise.